Com o pânico com o problema da vaca louca e febre aftosa na Europa, ser vegetariano agora , por exemplo, não é mais característica restrita a um grupo de alternativos, mas uma prática que se difunde nas famílias francesas, alemãs, britânicas e belgas, entre outras.

Na Itália, os vegetarianos saltaram de 1,5 milhão para 2,5 milhões em um ano. Na Alemanha, dobraram para 6,6 milhões. Os alemães estão comendo lingüiça de legumes e presunto de peru.

Ao mesmo tempo, há açougues alemães que vende carne de um roedor parecido com uma ratazana:  o ratão-do-banhado ou nutria. Além dela, a carne de cavalo em forma de salame, presuntos, mortadelas, salsichas, lingüiças e bifes está nos supermercados alemães.

Na Inglaterra, estão procurando fazer campanhas para restaurar o consumo de carne.

Na Itália, o jornal "Corriere dela Sera" fez uma pesquisa para comparar a mesa do italiano há 20 anos e a atual. A conclusão é que hoje a Itália consome menos carne e mais peixe, menos manteiga e mais azeite e até menos vinho.

Na França, o consumo de carne bovina teve uma queda de 40% e o mercado chegou ao fundo do poço com a epidemia da febre aftosa.

A crise vem afetando o dia-a-dia da população. Dos mais ricos – consumidores da alta gastronomia, tradicionalmente cheia de medulas, moelas, miúdos e outras carnes que oferecem risco – ao cidadão médio, apavorado com a carne que compra no supermercado.

– Garanto os meus produtos, mas seria uma provocação manter este prato no cardápio – disse o chef Paul Bocuse, referindo-se ao seu prato mais famoso, feito com medula de boi, que foi retirado do menu.

Alain Passard, outro chefe francês consagrado, transformou seu restaurante, o Arpège, de Paris, em quase vegetariano, com alguns frutos do mar entrando como coadjuvantes. Carnes, nunca mais.

– Eu já vinha há três anos pesquisando o potencial dos vegetais, mas reconheço que com a crise da vaca louca eu acabei, coincidentemente, na vanguarda de uma mudança do processo alimentar na França – diz ele.

As transformações na vida dos europeus são tantas, que um produtor de alimentos orgânicos da Alemanha afirmou à revista "Newsweek": "A Europa se divide em duas eras: antes e depois da vaca louca."

FONTE:  http://oglobo.globo.com/mundo/MUNDO10.htm

Enquanto isso, em Nova Iorque, churrascarias estão abarrotadas de gente. O consumo de carne vermelha está crescendo e há dez novas churrascarias abertas no ano passado em Nova Iorque.

O consumo de carne vermelha caiu nos anos 80 e 90, no país, mas agora está crescendo novamente. O consumo de frango ainda está na frente, mas a margem de liderança é pequena. O americano consome em média, 36,2 quilos de frango e 31,7 quilos de carne de vaca por ano. Incluindo o peixe, o porco e outras carnes, o total por ano chega a 98,8 quilos por pessoa. Segundo a pesquisa da instituição, nos últimos dois anos a demanda por carne vermelha cresceu 6,7%, ao passo que a de frango encolheu 2,59%.

O aumento se explica não só pelo crescimento econômico, mas também pela tolerância com que o consumo de carne vermelha tem sido observado por cientistas e médicos, num país que luta contra a obesidade. Desde que consumida moderadamente, do ponto de vista dos cardiologistas e dos especialistas, a carne de vaca deixou de ser um mal para o americano.

FONTE:  http://oglobo.globo.com/mundo/MUNDO101.htm

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