A VIDA DE LUZ DEL FUEGO PIONEIRA DO NUDISMO NO BRASIL J. Bandeira TRANSLÚCIDA LUZ
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O Louco:
“Dia virá em que não haverá tecelões e ninguém para usar roupas. Todos nós ficaremos nus sob o Sol”. (primeira fala deste personagem no início do texto “Lázaro e sua amada”, de Kahlil Gibran, em sua única obra escrita para o Teatro).
“Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá” (Livro de Jó 1-21)
“Nu eu nasci, e nu me encontro: não perco nem ganho” (Miguel de Cervantes)
ESTE CORDEL É DEDICADO A JOÃO CARLOS e EDVAL FONSECA.
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Amigos de todo Brasil O relato que vou contar Dá conta de uma certa mulher Corajosa no seu lutar Batalhou por uma nobre causa Sua bravura foi exemplar
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Ela era idealista Disso eu tenho a certeza Percalço encontrou na vida E nela não teve moleza Lutou pelo nudismo Entrou na causa com firmeza
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Nasceu como Dora Vivacqua Há muito tempo atrás Em 21 de Fevereiro de 1917 Não esqueço a data jamais Quando nasceu Luz Del Fuego Para o nudismo e seus ideais
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Era uma capixaba Natural do Espírito Santo Da cidade do Rei Roberto Carlos Dois artistas do mesmo canto Dora iria ser Luz Del Fuego E como Roberto causaria espanto
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Cachoeiro do Itapemirim Era sua cidade natal Amava sua irmã Mariquinhas Que para ela não tinha igual Mariquinhas era musa de Drummond O nosso poeta genial
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No começo dos anos 20 A família Vivacqua se muda Escolhe Belo Horizonte Para continuar sua luta A nossa futura Luz Começa a ficar desnuda
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Foi necessário uma ajuda, que Um serpentário lhe inspirasse Para que Dora Vivacqua Das serpentes se aproximasse E seus posteriores números E musicais, a todos arrebatassem
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Conheceu nossa menina O Instituto Ezequiel Dias Seu passeio predileto Muitas vezes foi com as tias Vislumbrar aquelas serpentes E nos seus olhinhos brotavam alegrias
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A bolsa de Nova York quebrou Era 1929, ano do famoso Crack O capitalismo pedia socorro Quem for pobre que se esmague Os Vivacqua voltam pra Cachoeiro Cidade que só possuía um parque
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Etelvina, mãe de Luz Ficou perto de Antônio, seu marido O pai de nossa futura Luz Era um homem embrutecido E jamais permitiu às filhas Que ficassem nuas, sem vestidos
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Dora Luz entra na adolescência Demonstrando um gênio forte Não agüentava desaforos E também tinha muita sorte Ordens e opiniões só aceitava Se na sua vida não fizessem cortes
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Mesmo jovem já andava nua E escandalizava toda meninada No quintal da casa brincava Como Deus a fez, pelada Não gostava de usar roupas Que ficavam dias sem serem lavadas
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Em agosto de 32, seu pai Antônio É assassinado por inquilinos de seus terrenos A pacata Cachoeiro estava perigosa A morte não os deixou serenos Etelvina volta para Belo Horizonte Buscando para família ares amenos
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Dora Vivacqua, futura estrela Sente-se sufocada com tantos atritos Sua vida seria na cidade maravilhosa Onde ela poderia soltar seus gritos E pela liberdade da nudez Planejar inclusive seus escritos
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Sua meta era o Rio de Janeiro Que ela não tirava da visão Apesar de seus poucos 15anos Pensava no Rio em chegar de avião Só sossegava quando a cabeça Sonhava com a Guanabara, sua paixão
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Dora odiava usar sutiã Ela gostava era de estar nua Pela praia de Marataízes Improvisava as roupas suas E isso quando o biquíni Não existia, não se via nas ruas
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Chega na Capital Federal Sob a tutela de seu irmão Attilio No Rio Dora se transforma Adorava jogar seus brilhos A gênese do nudismo no Brasil Começa a assentar seus trilhos
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Com 19 anos vive um romance Com um tal José Mariano De família importante no Rio Coisa que não agradou seu mano Foi por isso que Attilio, seu irmão A mandou de volta para Minas, sem engano
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Em Minas uma desgraça acontece Sua irmã Angélica, atônita Flagra seu marido Carlos com Dora Numa visão que lhe deixa afônica Ele bolinava Dora, a seduzia Numa cena forte, crônica
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A família fica a favor de Carlos E considera Dora mentirosa No Hospital Psiquiátrico Raul Soares A confinam de maneira dolorosa É tida como esquizofrênica E por dois meses sua vida ali será pavorosa
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Preocupado com a irmã Dora Depois que ela saiu do internamento Seu irmão Achilles lhe faz um convite: Vá para fazenda de Archilau ter novo alento Lá você vai respirar um ar puro Vai descobrir novos encantamentos
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E na fazenda de seu outro irmão Dora aparece como Eva Coberta somente com 3 folhas de parreira Caminhando naturalmente na selva O filho do administrador a viu nua E nem precisou se esconder atrás da relva
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Aquilo Archilau não aceitou E por ele Dora foi repreendida Ela não contou duas vezes Jogou-lhe um vaso na cabeça partida Aquele ato trouxe-lhe conseqüências E lá vai Dora pra outro hospício, ressentida
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Agora nossa Dora Vivacqua Que será conhecida como Luz Del Fuego É internada no famoso hospício Casa de Saúde Dr. Eiras, no desassossego Seu espírito r
ebelde produzia vôos Imprevisíveis como os do morcego
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Dessa vez é sua irmã querida Por quem tem uma profunda admiração Que resgata Dora do hospício Levando-lhe para outra estação Em sua cidade de Cachoeiro Mas Dora foge desesperada e chega ao Rio num lotação
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Dora no Rio de Janeiro Reata sua relação com Mariano Sem oficializar sua união Era livre e não queria nenhum dano Para sua vida pelo casamento Não queria entrar pelo cano
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Tentou ser pára-quedista Porém Mariano a impediu Aceitou e viu no pedido dele Uma demonstração de amor juvenil Como aquele de ideais De paixões, de uma vida pueril
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O amor furacão de Mariano Só agüentou algumas estações Até que Dora resolve entrar na dança Que todos sabem era uma de suas paixões O ciúme doentio de Mariano Começará a lhe trazer aporrinhações
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Mas ela não desistiu da dança E na Academia Eros Volúsia Continuou seu curso brilhante Dançando com muita astúcia Não deu a mínima ao ciúme de Mariano Era uma leoa por dentro de um ser de pelúcia
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E assim acontecia Na vida desta de nome Dora Porém Luz Del Fuego irá chegar E é pra já e agora Uma nova fase em sua vida De Dora o nome ela joga fora
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Era o ano de 1944 Faltando mais um para a Guerra acabar Que um nome começa a aparecer Luz Divina espera triunfar E no circo Pavilhão Azul O público irá lhe aclamar
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Atenção, senhoras e senhores Vejam só que mulher exótica Carrega suas incríveis serpentes Vejam, isso não é ilusão de ótica É a corajosa bailarina Luz Divina Com cobras verdadeiras e não robóticas
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Era a maior atração do circo Nas noites de espetáculos Luz garantia um bom público A casa lotava sem obstáculos Para ver Luz e suas jibóias Que fazia inveja aos homens másculos
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Era toda encantamento A sua dança provocante Na companhia de duas cobras Seu número ficava mais excitante Cornélio e Castorina, ora vejam Eram os nomes dados àquelas rastejantes
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Quando termina a 2A Guerra Mundial Dora anotava tudo em seu diário Suas experiências pessoais, viscerais Dariam boas matérias para um noticiário Era o começo do que viria a ser Um livro que não tirou de seu imaginário
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Sim, podem ter certeza Nossa artista era sedutora Seu livro “Trágico Blecaute” Foi lançado por uma editora Mulher de muitas virtudes Nossa nudista maior era escritora
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Em 1947, por sugestão de um amigo Que era palhaço e se chamava Cascudo Luz Divina virou Luz Del Fuego “Nome estrangeiro atraía público graúdo”, Tanto insistiu Cascudo com Luz Que seu nome artístico teve um novo atributo
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Luz Del Fuego era o nome De um batom argentino novo Que apareceu no Brasil nessa época De brilho forte e vistoso Era chamativo como nossa estrela Que foi artista num período majestoso
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O fogo era representativo Pois sua vida era uma labareda Sua nova opção de vida A fez conhecida nas alamedas A Vivacqua “água viva” Deu lugar ao Fuego e sua destreza
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Trabalhando em vários circos Luz os ajudou com as “casas cheias” Livrando da falência muitos deles Fez muita gente ganhar o seu “pé de meia” E assim ia levando a vida De artista nos palcos tecendo teias
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E como boa fiandeira Conseguiu um bom contrato No Teatro Follies Onde representou mais de um ato Naquela Copacabana ensolarada Luz viu nascer seu estrelato
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Um garoto de 12 anos Era responsável pelas falas e apontamentos Que Luz jamais decorava por inteiro Ela improvisava sem ressentimento O nome deste menino? Daniel Filho, ele mesmo Que na Rede Globo foi um grande talento
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A imprensa alardeou O espetáculo “Mulher de todo mundo” Luz Del Fuego era sensação Sua família sentia no fundo Que toda essa fama de artista Para seus inimigos poderia virar um trunfo
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Seu irmão Attilio era senador E esse “ba-fa-fa” não era bom Ter uma irmã que dançava nua Em seus ataques esse seria o tom Esses políticos nunca entenderiam O que é uma artista ter um dom
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Iluminar e dar alegria ao povo Seria a missão dessa bailarina Que em seus números ficava seminua O braço do povo seria sua sina E com isso seu irmão senador De bondoso passou a ranzinza
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Attilio não perdeu tempo Para abafar qualquer reboliço E do livro de Luz “Trágico Blecaute” Da edição primeira deu um sumiço Queimando mais de mil exemplares Parecendo um inquisidor suíço
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O diário escrito por Luz Trazia fatos comprometedores Como a sedução do cunhado Que de Luz foi uma das dores Sem contar uma assumida prostituição Que pelo livro criava dissabores
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Contando esta história Vocês irão me dar razão Uma pessoa só vence na vida Com amor e dedicação Mesmo que seja pelo nudismo Que no Brasil sofre discriminação
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Os anos 50 estão chegando E nossa artista se consolidando A naturalista e vegetariana A passos largos vai andando Criando fama e admiração Também seus inimigos vão tramando
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Contra ela falam de tudo De depravada a pessoa devassa E nisso essa mulher de fibra Esperneava e achava graça Suas idéias eram originais Sua arte a todos abraça
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Com o lançamento de seu livro O já falado “Trágico Blecaute” Suas intervenções serão lidas Começarão novos embates Os defensores da falsa moral, puritanos De Luz farão o alvo de seus disparates
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Para nossa defensora O nudista é aquela pessoa Que acredita que as roupas Com toda pompa de quem a veste ressoa Não significa moralidade E desta falsa visão ela caçoa
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Não acha que o corpo humano Que é considerado por muitos profano Tenha partes indecentes Que se precisam esconder com pano E disso estava tão convicta Que não demonstrava desengano
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No Brasil daquela época Onde até o maiô era imoral Imaginem vocês, leitores O que Luz deve ter feito para ganhar moral E fazer com que o nudismo Entrasse na discussão nacional
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Começou então Luz Del Fuego A reunir um grupo de amigos Na praia de Joatinga, deserta Onde praticava naturismo aos domingos Levava alguns cães para proteção E seus amigos Lana, Gilda e Domingos
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Miss Lana e Miss Gilda Eram transformistas assumidos Domingos Risseto era artista De Luz eram muito queridos Estes pioneiros do nudismo Eram naturistas aguerridos
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Para garantia contra os abelhudos Que perturbam sempre os pelados Levava também suas serpentes Cornélio e Castorina sempre ao seu lado Para evitar um maior atrevimento Dos que acham o corpo humano um pecado
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Apesar de todo cuidado A polícia sem engano Vez por outra levava A todos nus num ato insano Para delegacia de bons costumes Sem terem feito nada de leviano
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Seu segundo livro é lançado Chama-se “A Verdade Nua” O título já dizia tudo O nudismo é uma bandeira sua Ele lhe dá evidência Seu nome de novo ganha as ruas
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É um livro autobiográfico Feito com toda dedicação As bases da filosofia naturista Estavam entrando em ação Até o integralista Plínio Salgado Ao posfácio deu sua contribuição
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Foi outra obra perseguida Sofrendo com a censura As autoridades a bloquearam Levantando suas injúrias Ninguém achava o livro Só no reembolso sua compra era segura
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Já conhecida no Brasil inteiro Luz levava a todos ao delírio Era o tempo das vedetes Mulheres que aos olhos eram colírio Mara Rúbia, Virginia Lane e Dercy Gonçalves Todas figuras de intenso brilho
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No mundo das vedetes Luz Del Fuego brilhava Foi na época de Elvira Pagã Sua maior rival, que admirava Época de grandes espetáculos Nos anos 50 ninguém as vaiava
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Foi capa de revista famosa A LIFE dos Estados Unidos Todos queriam sua presença Seu cachê era garantido Caprichava nas apresentações Onde seu corpo era exibido
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Sua vida era agitada E disso tirava proveito Nunca se amedrontava Peitou delegado, juiz e até prefeito Tudo lutando pela causa Do nudismo que para ela era perfeito
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Seus irmãos se davam bem Na política, comércio e no social E achavam que Luz Del Fuego Manchava seus nomes como um vendaval Que passava destruindo tudo Até mesmo o baluarte da falsa moral
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Attilio como senador Era o que mais se sentia difamado Por ser irmão da famosa artista nua Os adversários o haviam caçoado Perdeu uma eleição por isso A oposição o havia molestado
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Diziam que sua irmã Era uma mulher do demônio Que dançava nua nas ruas Acabando com o matrimônio Attilio ficou furioso E perseguiu Luz e seu patrimônio
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Com tanta perseguição Luz resolveu revidar Antes de ser surrupiada Nua ameaçou dançar Nas escadarias do senado Fazendo Attilio se calar
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Em matéria de dinheiro Falava ironicamente de seu jeito Que seu banco preferido Tinha o nome de preconceito E era mantido por seus irmãos Que mazelas a tinham feito
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Enquanto isso acontecia Luz continuava na vida animada Cercava-se de amigos gays Seus shows eram festas lotadas Sempre com seu parceiro de palco Domingos Risseto, camarada
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O grande feito político Na vida desta figura Foi criar um partido nudista Que seria banido pela censura O Partido Naturalista Brasileiro Que no nudismo tinha lisura
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Angariava fundo ao PNB Dançando nas escadarias Do grande Teatro Municipal Seminua ouvindo baixarias Dos falsos puritanos de plantão O que só aumentava suas estripulias
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O PNB não durou muito Nem mesmo foi registrado Graças à ação de Attilio Seu irmão desalmado Que tudo fez para o Partido Seu registro ter sido negado
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O legado do naturismo Filosofia e ética de vida Onde todos estão nus A nudez é coletiva Faz com que Luz Tivesse uma nova iniciativa
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E Luz não estava parada Mesmo com o fim do partido Seduziu o Ministro da Marinha Um velho seu conhecido Os passos estavam dados Para sua ilha de nudismo ter surgido
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Ganhou assim a cessão Da Ilha Tapuama de Dentro O porto seguro do nudismo Que para os pelados era um alento Ali o nudismo brasileiro Existia com bons ventos
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Logo a Ilha foi batizada Como Ilha do Sol, um paraíso Nome dado por Luz Del Fuego Que do nudismo fez um atrativo Todos por ali sabiam Ficar nu na Ilha não era ato apelativo
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A Ilha do Sol ficou famosa Virou atração na Cidade Maravilhosa Mesmo não fazendo parte Do turismo, era não oficiosa Por ali passaram as estrelas Com suas famas luxuosas
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Lendas do cinema americano Passaram pela famosa ilha E só entravam nela nus Mesmo que fossem em família Dos velhos às crianças Andavam pelados em suas trilhas
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No final dos anos 50 A ilha teve seu apogeu Recebendo inúmeros sócios De famosos artistas àqueles que ninguém conheceu Suas festas, reuniões e filmagens A prática do nudismo fortaleceu
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De Errol Flynn A Lana Turner, astros A todos acolhia Suas roupas não deixavam rastros Ficavam nus com alegria E ainda faziam bons gastos
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Ava Gardner belíssima Tyrone Powell magistral Conheceram a Ilha do Sol E para lá levaram alto astral Viveram nus bons momentos Acharam o local monumental
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César Romero aportou Glenn Ford caminhou Andaram nus na Ilha do Sol A imprensa até noticiou Luz estava feliz Seu sonho se realizou
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Até Brigitte Bardot Na época uma musa do cinema Esteve nua na ilha O que pra ela não foi problema Era uma nudista conhecida Ficar nua não era um dilema
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O fato mais pitoresco Aconteceu com Steve MacQueen, o ator Que levou um baita susto Ficando de toda cor Acordando com a Jibóia de Luz Em cima de seu peito com pavor
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Já com a loira atriz Jayne Mansfield exibida Aconteceu uma rejeição Pois ela não quis ficar despida E Luz não abriu exceção Deu-lhe um adeus de despedida
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Os anos 60 chegavam E Luz estava envelhecendo Seus amantes ricos influentes Aos poucos foram desaparecendo Só lhe restando a Ilha do Sol E poucos nudistas por lá aparecendo
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Começou então o envolvimento De Luz com Júlio pescador Que era forte e analfabeto Ficando ao seu dispor Os dias de glória de Luz Perdiam o seu esplendor
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O último amor de Luz Foi um guarda portuário Chamado Hélio Luís da Costa Homem de hábitos vários Deixando os poucos amigos de Luz Preocupados e muito temerários
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Os amigos receosos De algo acontecer Com Luz, sozinha na ilha Sem ninguém a lhe socorrer Se acontecesse algo grave O que não demorou a se suceder
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Que os amigos nada temessem Luz falava categoricamente “Sou uma Luz que não se apaga” Dizia de forma convincente E assim foi levando a vida Não dava trela ao perigo eminente
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Era o ano de 1967 O trágico fim se aproximava Pois sua morte foi tramada Luz seria assassinada Em 19 de julho deste fatídico ano E a polícia não pôde fazer nada
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A vingança foi a causa De sua cruel morte Junto com seu caseiro Edgar Luz não teve nenhuma sorte Dois irmãos assassinos Nos corpos deixaram profundos cortes
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Os nomes de seus algozes Resolvi deste cordel omitir Pois não quero que os mesmos Fiquem impressos ao porvir Suas ações fizeram um luto Que o nudismo custou suprimir
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Depois de ter sido “convertido” Um dos assassinos escreveu Um relato descarado De tudo que na Ilha aconteceu Naquele trágico episódio Onde Luz Del Fuego faleceu
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Seu legado inconteste No nudismo foi fortalecido E depois da ditadura Seus trajetos foram reconhecidos Da praia do Pinho a Tambaba Novas áreas de nudismo têm surgido
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No Rio temos Abricó Em Floripa a Galheta Todas áreas de naturismo Onde estar nu não dá “treta” A vida de Luz Del Fuego Serve de exemplo e grandeza
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Passando por Massarandupío Barra Seca e outros locais E ainda recantos e clubes Onde o naturismo possui um cais Um lugar para aportar Projetar seus ideais
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O nudismo tem sido acolhido Até na floresta amazônica Lá existe o GRAÚNA Grupo que faz do naturismo sua tônica Que busca nas origens indígenas Uma nudez social orgânica
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De algo temos certeza Em relação ao naturismo organizado Sua força está crescendo A Lei Gabeira está ao seu lado Garantindo a todo naturista O direito de não ser importunado
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Termino aqui este relato Da trajetória desta artista formosa Que do nudismo foi pioneira E teve vida gloriosa A todos os meus leitores Deixo um abraço e uma Luz vistosa.
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FIM
Manaus, Março e Abril de 2005.
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Bibliografia de referência AGOSTINHO, Cristina.
Luz Del Fuego: a bailarina do povo. RJ, Best Seller, 1992. Site http://memoriaviva.digi.com.br acessado em 27/3/2005 Conheça o NATURISMO AMAZÔNICO: jotabandeira@yahoo.com.br Este endereço de email está protegido de spam bots, você precisa de ter o Javascript activado para poder vê-lo Ou acesse o site do GRAÚNA (Grupo Amazônico União Naturista) http://geocities.yahoo.com.br/grauna_am O PIONEIRO DO NORTE NATURISTA NA NET! |
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